Espaço de Memória Professor Cresus Vinicius Depes de Gouvêa

O Palacete

O Palacete 

A atual sede do ISNF é um casarão que foi construído no final do século XIX, para abrigar a família do médico Elias Antônio de Moraes, quarto filho do 1º Barão de Duas Barras, João Antônio de Moraes, que era um rico fazendeiro de café da época do Império.

De estilo arquitetônico eclético, do período Neoclássico, o prédio é cópia, em escala menor, do Palácio do Catete, onde, atualmente, funciona o Museu da República, na Zona Sul do Rio de Janeiro, o qual já se chamou Palácio Nova Friburgo, por ter sido construído por Antônio Clemente Pinto, o Barão de Nova Friburgo.

Assim como aconteceu no Catete, a construção do Palacete do 2º Barão de Duas Barras também contou a participação do paisagista francês Glaziou. O local também já foi Paço Municipal e sede da extinta Faculdade de Odontologia de Nova Friburgo (FONF).

O 2º Barão de Duas Barras

Elias Antônio de Moraes foi o único de todos os filhos e enteados do Barão das Duas Barras que cursou uma faculdade. Nascido em 1840, num período de maior prosperidade da família, quando os cafezais de João Antônio já produziam riqueza considerável, fez os primeiros estudos em Cantagalo, mas depois mudou-se para a Corte.

Aos 20 anos, em 1860, ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e, em 24 de novembro de 1865, diplomou-se. Em 1889, último ano do Império, receberia o título de 2º Barão das Duas Barras.

A construção do ‘Palacete do Dr. Elias’

Como era costume na época, Elias viveu no Rio de Janeiro sob os cuidados de um amigo de seu pai, o comissário de café Antônio Clemente Pinto, futuro Barão de Nova Friburgo, que, na ocasião, se preparava para construir o que seria o Palácio do Catete. Antônio Clemente Pinto morava no atual bairro do Catete, onde Elias conheceu sua futura mulher, Georgeanna Augusta da Silva.

Em 1872, Elias, em sociedade com seu irmão Joaquim, comprou uma chácara denominada Boa Sorte na rua General Osório, em Nova Friburgo. Passado algum tempo, deu início à construção de uma grande casa para onde Georgeanna iria mudar-se com os filhos.

A construção do “palacete do Dr. Elias”, uma tentativa de cópia em menor escala do Palácio do Catete, contou com a participação do arquiteto francês Glaziou. A nova residência foi ricamente decorada com peças importadas, como porcelanas, pratas e cristais, introduzindo na família novos padrões de gosto e consumo.

Uma vez inaugurada a residência, Georgeanna finalmente pôde retomar o gosto pela música, organizando saraus e mandando vir do Rio músicos que pudessem dar concertos para seus parentes e amigos. A compra do terreno de Antônio Camilo dos Santos para a construção do palacete data de 13 de janeiro de 1876.

Elias faleceu em 1927, com 87 anos.

Referência:

FERREIRA, Marieta de Moraes. Histórias de família: casamentos, alianças e fortunas. Rio de janeiro: Editora FGV, 2013, 223 p.

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